sexta-feira, 8 de março de 2013

Para ela...

A noite cai. E as lembranças surgem como lírios no campo. Uma imagem forte nasce e renasce em meu pensar. É ela. É a imagem dela. Depois de tanto tempo... O tempo tem esse dom, o de fazermos viver e reviver o passado em um pensar apenas. "É você mesma?" -, perguntei. "Sim, sou eu mesma" - falou ela, com ar de mistério. Por um segundo não quis acreditar, pois estava diante de uma obra de arte mais perfeita já feita pelas mãos da mãe-natureza. Era algo divino... talvez... não sei. Seus olhos adentraram os meus. Por um segundo a minha imagem refletiu em seu olhar. E a imagem dela também nos meus.

A madrugada chega e abraça-nos ao relento do tempo, saboreando-nos com o vento suave e doce batendo em nossas faces. Conversas e conversas, histórias e histórias relembradas. Ali, sentados, ficamos tecendo a linha do tempo. E o tempo com suas regras e liberdades espontâneas, assim, como um poema nas páginas de uma gramática. Vivificamos a vida num saborear de um bate-papo. E tudo era felicidade, naquele momento.

E o momento passou a ser lembranças boas. "Vivi, você me amava?". "Tudo o que vivemos foi amor, Vinícius.". "Mas você me amava?". - Insisti. "O amor é o que vivemos sem deixar arrependimento." - Respondeu ela. E continuamos a conversa. Ela disse que estava casada a dois anos. E já tinha um filho. Falou também que nunca me esqueceu. E não  esperava me encontrar ali ao ar livre, num churrasco organizado pela empresa.

O sol aparece, silenciosamente, no amanhecer do dia. A festa continua no salão. E só naquele momento percebi que precisava acordar... "pois aos lírios do campo contemplo com um olhar. E você, descrita nestas linhas, deixo as minhas palavras de admiração.". Pensei, enquanto abraçava o amanhecer, refletido na obra de arte mais perfeita já feita pela as mãos da mãe-natureza.

adenildo lima.

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