terça-feira, 1 de outubro de 2013

Jardim sem flores

Meu amor, a vida é um lapso num piscar de olhos. Se você não souber aproveitar as coisas mais simples; diga-se de passagem, não viveu. A poesia da existência não está numa gravata ou nos brincos de pérolas. Não, não está. Bens materiais podem ser uma chave para o teu precipício, que dão o nome de depressão, angústia, vazio.

Que bom seria se aprendêssemos a olhar no olhar do outro de igual para igual. Se víssemos o outro como um reflexo de nós mesmos, e isso não quer dizer que sejamos o outro. Não, o outro é o outro, não somos melhores do que ele em nada, a não ser que amemos um pouco mais. Tudo o que não é eterno não passa de um lapso. E o que é eterno?

A arte, por exemplo, é algo do artista, mas separado dele. Citamos o poeta. Sem demagogia, o poeta é um deus, disso acredito que não haja dúvidas. Afinal, o que é arte se nela não tiver poesia? Tudo bem, eu sei que uma coisa não tem nada a ver com a outra, ou tenha, talvez, sei lá. Mas é a poesia que é eterna, não o poeta, pois a eternidade do poeta reside em sua obra.

Meu amor, é preciso colher a essência das flores, não as flores. Para que servem as flores se nelas você não souber colher a essência? E não esqueça que o importante das flores não são as pétalas, são os espinhos.

Estranho, né? Eu também acho... Mas o que é a vida mesmo?

adenildo lima

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